quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Desrespeito ao funcionário: quando ele é o último a saber...


Por Monique Leme Cesila

A fusão entre o Banco do Brasil e a Nossa Caixa também pode ser um caso para analisarmos como as ações de comunicações foram desenvolvidas.
O Banco do Brasil comprou a Nossa Caixa por R$ 5,38 bilhões no final de 2008. As mudanças foram gradativas e ocorreram em diversas etapas, atingindo as 566 agências da Nossa Caixa, em todo Estado de São Paulo. A transferência das 7 milhões de contas e 277 mil empresas também fez parte do acordo, que fez o banco do Brasil chegar novamente perto do topo do ranking dos maiores bancos nacionais.
Em todos os casos de fusões e aquisições o papel da comunicação é imprescindível e este é um caso interessante para ser estudado.
As informações sobre a efetivação da compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil foram divulgadas primeiramente pela mídia e os funcionários ficaram sabendo por esse meio. Somente no dia seguinte, no trabalho, eles foram avisados oficialmente a partir daí, foi que começou o processo de incorporação, aos poucos, até o dia em que a migração foi concluída.
Em entrevista com um funcionário da antiga Nossa Caixa, que trabalha atualmente no Banco do Brasil, percebemos que a comunicação não foi tão eficiente. Ele se lembra de que estava em um fim de semana quando viu na televisão que a aquisição iria acontecer e somente na segunda feira é que tudo foi esclarecido. No entanto, relata que o processo de incorporação foi muito organizado, conforme a região do estado e com datas agendadas e, haviam cartazes grande espalhados nas agências, com fotos de funcionários do Banco Nossa Caixa com funcionários do Banco do Brasil juntos.
Portanto, percebe-se que a comunicação interna é um desafio nas grandes organizações: como fazer todos os colaboradores participarem e ficarem por dentro de tudo o que acontece na empresa?
Com o Banco do Brasil após a fusão não foi diferente. A dificuldade em se comunicar com todos os funcionários era algo que preocupava os dirigentes e que passou a receber mais atenção após a fusão.
Há três anos, o Presidente do BB fez a seguinte pergunta: "Como podemos fazer uma mensagem chegar, em duas horas, aos 85 mil funcionários da nossa empresa"? Essa questão gerou uma série de discussões a respeito da eficiência das ferramentas de comunicação destinada ao público interno.
Os canais on line, são eficientes, mas não é possível ter controle sobre o momento que cada funcionário irá abrir a mensagem. Foi então que uma antiga ideia foi efetivamente desenvolvida: o projeto Rede de Agentes de Comunicação Interna.
O projeto prevê a existência de alguém em cada dependência do banco que faça a comunicação fluir. Essa iniciativa busca tornar a comunicação interna mais rápida, prática e eficiente.  Essas pessoas são os próprios funcionários, que voluntariamente desenvolvem ações para agilizar o fluxo comunicacional, principalmente das informações descendentes, de modo a incentivar e promover o diálogo.
Essa inovadora ação, demonstra a preocupação do Banco do Brasil em envolver o funcionário e não apenas informá-lo. Em ter certeza que todos saberão dos assuntos de interesse e não serão pegos de surpresa com alguma notícia, como já aconteceu.
O projeto do BB condiz com o que aprendemos e acreditamos ser a comunicação ideal, de mão dupla, onde cada um não é um mero receptor de informações, mas sim, participa ativamente do fluxo, incentivando a troca positiva que o diálogo proporciona.


Entrevista: Edson Albano Leme, antigo funcionário da Nossa Caixa Nosso Banco.

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