quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A Influência da Comunicação na Cultura da Organização

Por Giovanna Rossi

            Um dos processos cada vez mais comuns nas organizações brasileiras são as fusões e aquisições, esses, se não forem bem cuidados, podem se tornar um trauma cultural na vida organizacional e que afetam, sobretudo, os aspectos comunicacionais.
Pode ocorrer um choque cultural entre grupos, perda de capital humano e memória organizacional, diminuição do senso de pertencer, anomia e perda de confiança e cooperação dentro e fora da organização emergente.
Portanto, o grande desafio da Comunicação Interna está em trabalhar o conceito de Cultura Organizacional quando as empresas que se unem contam cada qual com uma cultura particular, gerando um choque de culturas; nesse aspecto a Comunicação Interna deve ficar muito atenta, pois essa "terceira cultura" formada pelas culturas de duas empresas diferentes pode gerar descontentamento e desengajamento do público interno por várias questões como: salários diferentes, manual de conduta e de ética divergentes, demissões em massa, etc, como é o caso da Fusão Santander/Real, cujas culturas são: espanhola, de caráter mais agressivo; e holandesa, de caráter mais brando.
Alguns funcionários que participaram de ambas as fusões, possuem percepções bastante diferentes; os funcionários do Banco Real se sentem "afastados" em relação à cultura agressiva do Santandar por estarem acostumados com a cultura mais "compreensiva" do Banco Real; em contrapartida, os funcionários do Santander se sentem "aliviados", pois estão saindo de uma cultura totalmente agressiva para uma terceira que nem é branda e nem é agressiva, mas um meio termo entre elas.
Já no caso da Fusão Itaú/Unibanco, os funcionários do Unibanco se sentem engajados em "mostrar serviço", visto que o Itaú é um banco que preza pela excelência nos processos, visando crescimento; e os funcionários do Itaú, embora não temam a cultura do Unibanco (até por esta ser "menor" que aquela, levando em consideração que Itaú era um banco "maior" que o Unibanco), temem de alguma forma devido aos salários, que no Unibanco são menores; o "medo" aqui é de ser desligado da nova empresa por ter salário muito alto e poder entrar numa redução de custos.
As possibilidades e dúvidas são inúmeras num processo de Fusão/Aquisição, e cabe a nós da Comunicação reduzir ao máximo o impacto cultural a fim de evitar desengajamento e, consequentemente, desmotivação, o que poderia levar a uma redução dos resultados, considerando que os funcionários são uma parte importante da grande engrenagem que é uma empresa.

FONTE:
http://queroficarrico.com/blog/2008/11/03/entenda-a-fusao-entre-itau-e-unibanco/

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